Atividade de Interpretação – Ensino Médio – Vários Descritores

Nossa equipe preparou uma Atividade de Interpretação, especialmente voltada para os alunos de Ensino Médio, envolvendo diversos descritores do Saeb. Sabemos o quanto é fundamental desenvolver habilidades de interpretação de textos, e essa atividade foi cuidadosamente elaborada com esse objetivo. Preparem-se para colocar em prática seus conhecimentos de gramática e compreensão textual. Esta é uma oportunidade perfeita para aprimorar seu domínio da língua portuguesa e se preparar para os desafios acadêmicos que estão por vir.

 

Leia e resolva às questões 1 – 4:

RETRATO

Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão certa, tão fácil:
— Em que espelho ficou perdida
a minha face?

Cecília Meireles

1. (SAEB D4) Os primeiros quatro versos do poema se constroem com base numa oposição central entre o passado e o presente. É possível perceber que eu lírico se encontra no presente:
a) satisfeito.
b) exultante.
c) melancólico.
d) revoltado.
e) entusiasmado.

 

2. (SAEB D6) Qual o tema do texto?
a) A decepção por encontrar-se já fragilizada.
b) A consciência repentina sobre o envelhecimento.
c) A ausência de alternativa diante do envelhecimento.
d) A saudade contínua de uma época de juventude.
e) A revolta inesperada em frente ao espelho.

 

3. (SAEB D12) Todo texto é uma manifestação escrita acerca das ideias de um autor (emissor ou locutor). Ao observas as características textuais apresentadas pelo poema, qual é a sua finalidade?
a) Mostrar um autorretrato da autora do poema.
b) Fazer uma narração do processo de envelhecimento.
c) Estimular sentimentos, sensações e emoções no leitor.
d) Informar sobre as mudanças oriundas da velhice.
e) Apontar um retrato que não condiz com a realidade.

 

4. (SAEB D18) No trecho: “Eu não dei por esta mudança” o verbo em destaque foi empregado com sentido de
a) oferecer.
b) fornecer.
c) entregar.
d) informar.
e) perceber.

 

Leia e resolva às questões 5 e 6:

 

MAIS RESPEITO AOS DEFICIENTES

Reconhecer direitos é mais do que obrigação; garanti-los em lei, uma primeira providência; colocá-los ao alcance de todos, sim, a única forma de limpar o nobre discurso politicamente correto da infestação demagógica. O Brasil muitas vezes se esmera em aprovar avançada legislação, mas peca por não as transformar em realidade. É o caso das proteções às pessoas com deficiência. Leis determinam que espaços públicos e privados, bem como equipamentos urbanísticos, sejam ajustados de modo a permitir a comunicação e a locomoção de cidadãos com problemas auditivos, locomotores e visuais. Contudo, nem a capital da República cuidou de afastar os obstáculos que infernizam a vida de 45,6 milhões de brasileiros, o equivalente a quase um quarto da população (23,91%).
O fato é que as dificuldades cotidianas dos deficientes se banalizaram no país. Nem se fala da falta de rampas (ou da exagerada inclinação com que costumam ser construídas), mas das calçadas esburacadas ou recheadas de obstáculos — quando existentes, pois, não raro, cadeirantes têm que se arriscar entre os carros ou percorrer solos não pavimentados. Guias para cegos são outra raridade. Nos cruzamentos de vias, semáforos quase nunca emitem sinais sonoros. No transporte público — por si, ineficiente —, a diferença de nível entre o chão e o piso dos veículos é obstáculo intransponível. Banheiros estreitos e espaços apertados, que não dão passagem ou permitem manobrar cadeiras, são outros exemplos corriqueiros, ilustrativos do que se vê todos os dias Brasil afora.
O que dizer, então, quando a capital federal sedia a Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, organizada pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, e participantes encontram tantos problemas pela frente que terminam por registrar ocorrência em delegacia de polícia? O vexame não pode se repetir. Brasília é Patrimônio da Humanidade, considerada a melhor cidade do país em qualidade de vida, desempenho econômico e desenvolvimento social, e candidata ao título de uma das sete mais belas do planeta. Tanta honra perderá o brilho caso não possa orgulhar-se também de ser inclusiva. E essa não é responsabilidade apenas do governo. A iniciativa privada está igualmente obrigada a corrigir deficiências — inclusive para atender as exigências legais.
Dar consequência às políticas públicas, sim, é dever do Estado. Portanto, a fiscalização cabe aos governantes nos três níveis da administração. Deles deve-se cobrar a igualdade de direitos garantida pela Constituição. Deles deve-se exigir o fim das barreiras ao ir e vir. Nesse sentido, antes mesmo de ser aberta, a 3ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, que termina hoje, começou a cumprir o papel de dar maior visibilidade aos problemas diários que vive no país uma população do tamanho da espanhola. É que parte de seus 980 delegados passou por apuros desde a chegada a Brasília. Alguns até tiveram de fazer peregrinações por hotéis, à procura de hospedagem apropriada. Nunca é demais lembrar: o Rio de Janeiro sediará as Olimpíadas e, portanto, as Paraolimpíadas, em 2016. Que o vexame não se amplie.

Valor Econômico, 06/12/12

5. (SAEB D12) O editorial é um texto de cunho jornalístico e opinativo que serve para apresentar o posicionamento crítico de um determinado grupo de comunicação. Qual a finalidade do editorial acima?
a) Realizar as divulgações de faltas de rampas para os cadeirantes no Brasil.
b) Informar sobre a Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
c) Caracterizar a situação dos deficientes que são equivalentes a quase um quarto da população do Brasil
d) Defender uma tese sobre o cumprimento efetivo das leis criadas que protegem os deficientes no Brasil.
e) Narrar acontecimentos provocados por falta de políticas públicas no âmbito social brasileiro.

 

6. (SAEB D15) Assinale o trecho do texto cuja palavra grifada estabelece relação condicional.
a) “Nunca é demais lembrar: o Rio de Janeiro sediará as Olimpíadas…”
b) “… que não dão passagem ou permitem manobrar cadeiras…”
c) “Tanta honra perderá o brilho caso não possa orgulhar-se também de ser inclusiva.”
d) “Contudo, nem a capital da República cuidou de afastar os obstáculos que infernizam…”
e) “… Olimpíadas e, portanto, as Paraolimpíadas, em 2016. Que o vexame não se amplie.

 

Leia e resolva às questões 7 e 8:

Canguru

Todo mundo sabe (será?) que canguru vem de uma língua nativa australiana e quer dizer “Eu Não Sei”. Segundo a lenda, um marinheiro do Capitão Cook, explorador da Austrália, ao ver aquele estranho animal dando saltos de mais de dois metros de altura, perguntou a um nativo como se chamava o dito. O nativo respondeu guugu yimidhirr, em língua local, Gan-guruu, “Eu não sei”. E o animal passou a ser chamado, ora pois, de “Não Sei”.
Desconfiado que sou dessas divertidas origens, pesquisei em alguns dicionários etimológicos. Em nenhum dicionário se fala nisso. Só no Aurélio, nossa pequena Bíblia – numa outra versão. A etimologia precisa só encontrei, como quase sempre, em Partridge, o maior etimologista do nosso tempo: Kangarroo; wallaby (variação de canguru).
As palavras kanga e walla, significando saltar e pular, são acompanhadas pelos sufixos rôo e by, dois sons aborígines da Austrália, significando quadrúpedes. Portanto, quadrúpedes puladores e quadrúpedes saltadores. Quando comuniquei a descoberta a Paulo Rónai, notável linguista e grande amigo de Aurélio Buarque de Holanda, Paulo gostou de saber da origem “real” do nome canguru. Mas acrescentou: “Que pena. A outra versão é muito mais bonitinha”. Também acho.

Millôr Fernandes

7. (SAEB D6) Qual a temática apresentada pelo texto?
a) O modo de vida do canguru na Austrália.
b) A língua local dos nativos australianos.
c) A lenda do Capitão Cook sobre a palavra.
d) A procedência etimológica da palavra canguru.
e) A necessidade de examinar palavras em dicionários.

 

8. (SAEB D17) O uso do travessão em: “Só no Aurélio, nossa pequena Bíblia numa outra versão.” foi empregado para:
a) marcar um discurso direto.
b) esclarecer um termo anterior.
c) delimitar a opinião do autor.
d) indicar uma informação oposta.
e) estabelecer relação de sinonímia.

 

Leia e resolva as questões 9 e 10:

O boto e a Baía da Guanabara

Piraiaguara sentiu um grande orgulho de ser carioca. Se o Atobá Maroto tinha dado nome para as ilhas, ele e todos os outros botos eram muito mais importantes. Eles eram o símbolo daquele lugar privilegiado: a cidade do Rio de Janeiro.

A “mui leal e heroica cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro”. Piraiaguara fazia questão de lembrar do título, e também de toda a história da cidade e da Baía de Guanabara. Os outros botos zombavam dele:

Leal? Uma cidade que quase acabou conosco, que poluiu a baía? Heroica? Uma cidade que expulsou as baleias, destruiu os mangues e quase não nos deixou sardinhas para comer? Olha aí para o fundo e vê quanto cano e lixo essa cidade jogou aqui dentro!

Acorda do encantamento, Piraia-guara! O Rio de Janeiro e a Baía de Guanabara foram bonitos sim, mas isso foi há muito tempo. Não adianta ficar suspirando pela beleza do Morro do Castelo, ou pelas praias e pela mata que desapareceram. Olha que, se continuar sonhando acordado, você vai acabar sendo atropelado por um navio!
O medo e a tristeza passavam por ele como um arrepio de dor. Talvez nenhum outro boto sentisse tanto a violência da destruição da Guanabara. Mas, certamente, ninguém conseguia enxergar tão bem as belezas daquele lugar. Num instante, o arrepio passava, e a alegria brotava de novo em seu coração.

HETZEL, B. Piraiaguara

9. (SAEB D14) A frase do texto que apresenta uma opinião é:
a) “Piraiaguara fazia questão de lembrar do título e também de toda história da cidade…”.
b) “Eles eram o símbolo daquele lugar privilegiado: a cidade do Rio de Janeiro”.
c) “Olha aí para o fundo e vê quanto cano e lixo essa cidade jogou aqui dentro ”.
d) “O medo e a tristeza passavam por ele como um arrepio de dor.”
e) “Mas, certamente, ninguém conseguia enxergar tão bem as belezas daquele lugar”.

 

10. (SAEB D18) No trecho “Não adianta ficar suspirando pela beleza do Morro do Castelo…” a palavra suspirando indica no texto o sentido de:
a) anelar.
b) desejar.
c) resmungar.
d) lamentar.
e) provocar.

 

Leia e resolva à questão:

APELO

Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho.
Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, até o canário ficou mudo. Não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam. Ficava só, sem o perdão de sua presença, última luz na varanda, a todas as aflições do dia.
Sentia falta da pequena briga pelo sal no tomate — meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa. Calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolha? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor.

Dalton Trevisan

11. (SAEB D10) O trecho que confirma que a narração do conto “Apelo” está em 1ª pessoa, narrador-personagem, é
a) “… o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho…”
b) “Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou…”
c) “Uma hora da noite, eles se iam e eu ficava só.”
d) “Amanhã faz um mês…”
e) “Toda a casa era um corredor deserto…”

 

Leia e resolva à questão:

A namorada

Havia um muro alto entre nossas casas.
Difícil de mandar recado para ela.
Não havia e-mail.
O pai era uma onça.
A gente amarrava o bilhete numa pedra presa por um cordão
E pinchava a pedra no quintal da casa dela.
Se a namorada respondesse pela mesma pedra
Era uma glória!
Mas por vezes o bilhete enganchava nos galhos da goiabeira
E então era agonia.
No tempo do onça era assim.

Manoel de Barros

12. (SAEB D12) No texto, o autor diz que os bilhetes eram amarrados numa pedra presa por um
a) barbante.
b) galho.
c) cordão.
d) adesivo.
e) muro.

 

Leia a tira e resolva às questões 13 e 14:

Atividade de Interpretação - Ensino Médio

 

13. (SAEB D15) Na conversa entre os personagens, conclui-se que
a) Comer peixe certamente aumenta a inteligência das pessoas.
b) Os gatos são muito mais inteligentes porque comem mais peixes.
c) O propósito de Maluquinho era obrigar seu amigo a comer peixes.
d) Comer peixe nos faz mais inteligentes em diversas circunstâncias.
e) Tornar-se muito inteligente independe do consumo de peixes.

 

14. (SAEB D16) O humor produzido na tirinha é gerado através
a) da expressão dos personagens no segundo quadrinho.
b) da informação apresentada no último quadrinho.
c) da informação sobre o consumo de peixes.
d) do fato do personagem ser chamado de “bocão”.
e) da forma como o gato está se alimentando.

 

Leia e resolva à questão:

S.O.S Português

Por que pronunciamos muitas palavras de um jeito diferente da escrita? Pode-se refletir sobre esse aspecto da língua com base em duas perspectivas. Na primeira delas, fala e escrita são dicotômicas, o que restringe o ensino da língua ao código. Daí vem o entendimento de que a escrita é mais complexa que a fala, e seu ensino restringe-se ao conhecimento das regras gramaticais, sem a preocupação com situações de uso. Outra abordagem permite encarar as diferenças como um produto distinto de duas modalidades da língua: a oral e a escrita. A questão é que nem sempre nos damos conta disso.

Nova Escola

15. (SAEB D12) O trecho: “… sem a preocupação com situações de uso.” se refere ao ensino
a) da gramática.
b) do código.
c) da escrita.
d) da fala.
e) do produto.

 

 

 

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